quarta-feira, 2 de maio de 2007

O cheiro da música

No filme A vida dos outros (já falamos dele em outro post), o protagonista muda totalmente sua conduta ao escutar as notas da Sonata para piano nº 23 "Appassionata" de Beethoven.

Musica de colores

No Dictionnnaire des idées reçues, Flaubert fala da música: Faz pensar em muitas coisas. É um adoçante da conduta. Em palavras da aristocrata da Martinica criada por Truman Capote no conto Música para camaleões, estes reptis são grandes amantes da música: Comença a interpretar uma sonata de Mozart. Finalmente, os camaleões acumularam-se: uma dúzia, outra dúzia, a maioria deles verdes, alguns escarlata, alfazema. Correram pela sacada e, como uma relâmpago, entraram no salão; um público sensível, absorto na música que tocava.

O "poder" da música para amansar as feras é um tópico popular bem conhecido. O interessante é que agora a ciência demostra que estas palavras podem ser certas.

Já faz algum tempo que os cientistas sabem que a Sonata K.448 de Mozart modifica a electrofisiologia cerebral. Mas, além de uma simples medida de laboratório, outros estudos demostram que, por exemplo, os doentes submetidos a pequenas intervenções nas quais não é possível usar anestesia, precisam menos analgésicos se eles estão escutando com um walkman a música que eles gostam, em comparação com os doentes que escutam uma gravação estándar proporcionada pelos pesquisadores.

Alguns estudos demostram que a musicoterapia é útil para reduzir a agitação e a ansiedade dos doentes com demência. Inclusive alguns estudos concluem a utilidade de usar canções, letras de canções e escutar música no tratamento para motivar adolescentes com problemas de conduta. Talvez, em muitos casos, a música seja uma opção melhor para tratar as crianças "inquietas" do que a solução simples -e pouco acertada, ainda que muito na moda- de utilizar medicamentos.

Hoje, com o auge dos aparelhos que permitem escutar música no formato mp3, escutar em qualquer lugar a música que cada um gosta é uma coisa freqüênte. A música é, sem dúvida, um desses placebos da vida. Além disso, a possibilidade que o aparelho nos surpreenda com peças escolhidas de maneira aleatória, acrescenta o fator surpresa, que não tinhamos com as antiguas fitas de cassette.

[Tradução do autor. Me desculpe os erros]

Enlaces de interesse:
Sonata para piano nº 23 "Apassionata" - LW Beethoven
Sonata K.448 - WA Mozart

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