segunda-feira, 28 de maio de 2007

O dia que Lucía Etxebarria salvou minha vida

Coincidência. A IV Feria do Livro de Panamá coincide com uma visita que tenho que fazer na Universidade deste país e Priscilla Delgado, presidenta da Cámara Panameña del Libro, me invitou para apresentar Otimizar a Vida neste espacio.

Avenida Central

O sábado de manhã, Víctor Serrano decide me mostrar que Panamá é bem mais do que o tópico canal -e lhe agradeço muito a iniciativa, porque isso me fiz descobrir a beleza do bairro antigo da cidade-. Pelo jeito, após do saqueio do panamá Viejo pelo pirata Morgan a meados do século XVII, os sobreviventes construiram uma zona fortificada do outro lado da baía, que cheogou a ter o máximo esplendor a principios do século XX.

Posteriormente, o bairro velho cedeu protagonismo aos arranha-céus onde se cozinham os negócios modernos e se converteu em subúrbio até que alguma pessoa decideu inverter na restauração dos frágis edifícios que parecem desmoronar-se como a cinza. Como em muitas outras capitais, o turismo e o lazer noturno (os dois com seus dólares) empurram os inversores para recuperar os edifícios mais emblemáticos e aproveitar o piso térreo para colocar restaurantes, barzinhos e lojas.

Até o bairro velho chega-se pela Avenida Central. É uma rua de pedestres com grandes lojas aos dos lados que fornecem todo tipo de produtos ás pessoas que ainda não preferem os shoppings. Se uma pessoa não tem vontade de comprar, pode se dedicar a levantar os olhos por encima dos cartazes publicitários gigantes que cobrem a parte inferior dos prédios, até o primeiro ou o segundo andar. Atrás da crosta de pranchas de zinco mal pintadas, tábuas de madeira, cartazes de néon caolhos e lonas mais ou menos surradas, esconden-se interesantes edifícios, neoclássicos, modernistas e art-déco.

Curioso. Uma ruazinha muito estreita cruza a Avenida Central; eles a chamam de rua "Sal-si-puedes" (saia-se-puder). Tráta-se de un corredor estreito e oscuro com peqenas bancas de-todo-um-pouco lsuperpostas umas com as outras. "Aquí a gente acha qualquer coisa", me explicou o Víctor.

Cronometrado. Caminho devagar mas a passo constante, conversando com o Víctor. De repente, ele me pergunta pela obra literária de Lucía Etxebarría, uma escritora convidada na féria. Largo alguns títulos até que fico encalhado nos "corpos celestes". Duvido entre Laura, Andrea e Eva; porém, nenhum desses nomes me parece familiar. Saia dessa, se puder. E parei o passo como se caminhar não me deixase lembrar.

Em boa hora! Beatriz e os corpos celestes me sai da boca no mesmo momento que vejo cair livremente um enorme cartaz que estava pindurado embaixo de uma gran pantera cor de rosa; o cartaz ficou um caco dez metros mais para frente sobre a linha onde caminhamos. Os corpos celestes caíram sobre a calçada e naquele momento tive a sensação que Lucía Etxebarría salvou-me -pelo menos- de uma boa batida e alguns cortes.

Muitas vezes o ser humano obsesiona-se com a segurança e sente ansiedade pela incerteza, sem ser consciente de que o futuro imediato é tão ingobernável como um furacão ou um río de lava. Não existe horóscopo para adivinhar isso.

No seu poema Luz (do poemario "Actos de Amor y de Placer"), Lucía escreveu:

Quién sabe si fue azar o fue destino
(dos palabras opuestas pero iguales)
quién conjuró el minuto
quién conjuró el momento
en que un rayo de luz llegado de vete a saber dónde
(muchos dirían que de mi delirio)
(...)


[Tradução do autor. Me desculpe os erros]

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Cidade de Panamá
Lucía Etxebarría

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