quarta-feira, 23 de maio de 2007

Rotas, caminhos e veredas

Um dos ritmos silábicos que, faz séculos, chama a atenção de poetas e leitores é o 5-7-5 japonés, conhecido como haiku. O romancista do Uruguay Mario Benedetti publicou uma excelente coleção de haikus. Um deles diz:

las hojas secas
son como el testamento
de los castaños



Ruta del colesterol

Me lembro do livro de Benedetti (Rincón de haikus, Madrid: Visor, 1999; México: Alfaguara, 1999) por associação de idéias enquanto Luis Brizuela é meu cicerone em A Coruña, antes de participar no VI Paseo de la Salud organizado pelo Conselho Oficial de Farmacêuticos da província. Luis me leva pelo renovado passeio marítimo, desde o meu hotel, perto dos jadins Méndez Núñez , até além da praia de Riazor.

Ás cinco da tarde de uma sexta de primavera, com o céu cinzento e o mar tranqüilo, esperando uma chuva que parece inevitável, muitas pessoas correm, caminhan de pressa, praticam footing ou simplesmente passeiam. "A gente a chama de rota do colesterol", me explica Luis.

Perto da meta do concorrido caminho de Santiago, num cruzamento de culturas celtas e íberas, farol poderoso de uma via marítima difícil, mas freqüentada, sacada última dessa "terra ignota" que antigamente foram os oceanos -igual como é ignota a vida para qualquer pessoa, a partir deste mesmo instante.


Como escreveu Benedetti:

en la lontananza
se ven lenguas de fuego /
aquí hay rocío



[Tradução do autor. Me desculpe os erros]

Enlaces de interesse:
Mario Benedetti - Haikús

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