segunda-feira, 8 de janeiro de 2007

Don Quixote na imobiliária

Elas recebem nomes diferentes, mas a essência é a mesma: construções desiguais de madeira, latão, algum tijolo e pouco concreto, amontoadas em colinas que, faz poucos anos eram os aredores das metrópoles.

Ranchitos en Caracas

"Nenhuma destas ruas tem nome / nenhuma destas sombras tem dono (...)" cantava Willie Colón -curiosamente apelidado o arquiteto da salsa urbana-, e parece que ele está descrevendo as favelas cariocas, as villas miseria portenhas, as locations sulafricanas ou os ranchitos de Caracas.

Os fenômenos sociais derivados da dificultade para ter acesso á uma moradia digna ten formas muito diversas. Para chamar a atenção dos políticos ao respeito dos numerosos sem teto de París, faz uns dois meses foi criada a associação Les enfants de Don Quixotte e parece que eles tem conseguido uma resposta do primeiro ministro, quem garante que a França vai considerar a moradia digna como um direito fundamental, igual á educação ou á saúde.

O que resulta curioso é a dinâmica e a reverberação deste processo, que tem os ingredientes a seguir: a sustentação dos meios de comunicação e as novas tecnologias, a originalidade da posta em cena (cem barracas compradas numa loja de esportes e colocadas em fila junto ao canal de Saint Martin), assim como o momento político (poucos meses antes das eleções presidenciais).

Interworld Radio é definida como "uma rede global gratuita para emissoras de rádio e jornalistas, com notícias e programas sobre questões do mundo e contextos locais". Achei-a casualmente, enquanto procurava coisas sobre o impacto da falta de informação e a saúde. Me chamou a atenção uma história de Joel Okao Tema titulada: Morrer pela informação; em ela explica como, faz vinte anos, um distrito de Uganda quedou devastado por uma doença desconhecida que matou centenas de pessoas. O povo a chamava a doença do "magrinho", e foram necessários mais de dez anos até a chegada na área da primeira informação sobre o aids, suas causas e sua prevenção.

Apesar que, freqüentemente, temos a sensação de estar transbordados pela informação, o grande desafio atual é conseguir selecionar a informação essencial e conseguir que chegue a todos de forma confiável e rápida.


[Tradução do autor. Me desculpe os erros.]

Enlaces de interesse:
La revuelta de los hijos de Don Quijote (El País)
El boom de la vivienda y sus consecuencias en Francia (La Vanguardia)
Uganda: morir por la información

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